Da necessidade de renovar eis que surgem as lágrimas. Elas vem, sorrateiramente, invadindo mais uma vez a face daquela que pensava não mais necessitar banhar-se em tão salobro líquido. Uma sensação de explosão contida, muitas que posso ser, nenhuma que sou. Como posso viver o hoje sem definir-me hoje? Amanhã sou várias coisas, ontem não sou nada, hoje o que sou? Mais uma vez estou aqui exatamente entre ontem e amanhã...que posso fazer então para aproveitar o hoje? Eu sei. Sei tanto que às vezes me recuso a acreditar por parecer tão absurdo.
Sabe aquela imagem da jovem no balanço? Pois, ela está lá, no hoje. Nessa pausa do hoje que ela precisa dar o impulso, pôr os pés no chão, sentir a terra, para que o balanço possa movimentar-se. E quando ele vai pra frente, tira-se os pés do chão, é o amanhã, a brisa vem. Para trás ele é ontem, cabelo no rosto, sensação de distância...
Sinto falta de algo, de um brilho, do contato com aquilo que transcende o habitual de uma vazia rotina cotidiana.
O que será que a borboleta veio me dizer? Sem demora ela responde:
“Tudo que você precisa é de você mesma”.
tão raro ou comum 'lágrimas de um olho só' traz enfim uma poesia repleta de sensibilidade e leveza de quem, entre eiras, beiras e poeiras, traz em si, no âmago de sua alma, um tesouro que sempre alimentará a enorme vontade de seguir.
ResponderExcluirSérgio
Santos - SP