sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Na estrada

Por Leidi Kitai

Aquele conhecido redemoinho de estrelas a bailar no céu

Numa noite de vestidos brancos em pedras...

Silhueta de um verde solitário corredor,

Bailarinas descorpadas a girar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"É natural que seja assim você aí e eu aqui, exatamente aqui?"




Dia a dia Lado a lado
Tulipa Ruiz & Marcelo Jeneci

Eu sonhei
Que eu estava exatamente aqui
Olhando pra você,
Olhando pra você
Exatamente aqui

Você não sabe
Mas eu tava exatamente aqui
Olhando pra você,
Você não sabe
Mas eu tava exatamente aqui

Pronto para despertar
Prestes mesmo de explodir
Fardo para não voltar
Pranto para estancar
Luto para acordar
Tonto de tanto te ver
Perto mesmo de explodir
Prestes a saber por que...

Por que um raio cai?
Por que o sol se vai?
Se a dor vem bem também
Por que você não vem?

Eu sonhei
Que eu estava exatamente aqui
Olhando pra você,
Olhando pra você
Exatamente aqui

Você não sabe
Mas eu tava exatamente aqui
Olhando pra você,
Olhando pra você
Exatamente aqui

Pronto para despertar
Perto mesmo de explodir
Fardo para não voltar
Pranto para estancar
Luto para acordar
Tonto de tanto te ver
Prestes mesmo de explodir
Prestes a saber por que

Por que um raio cai?
Por que o sol se vai?
Se a dor vem bem também
Por que você não vem?

Então me diz por quê?
Por que o raio cai?
Por que o sol de vai?
Se a dor vem bem também
Por que você não vem?

Por que “talvez” ficar assim
Sonhando separado
Se no fundo a gente quer
O dia a dia lado a lado
Eu não vou deixar que o medo nos impeça de se aproximar
Pra ter um fim toda estória um dia tem que começar
Então me diz por que
Por que o raio cai?
Por que o sol se vai?
Se não é pra gente perceber
Que o milagre assim se faz
Por que o sol se vai?

Nada, nada a ver a gente assim,
Assim sonhando separado
Se no fundo a gente quer
O dia a dia lado a lado
Eu não vou deixar você com esse medo de se aproximar
Pra ter o fim toda estória um dia tem que começar
Nada a ver a gente se conter
Se as ondas desse mar
Não param de bater
Se as ondas desse mar
Não param de mostrar você no meu olhar

Me diz por que?
Por que o raio cai?
Por que o sol se vai?

É natural que seja assim
Você aí e eu aqui,
Exatamente aqui?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ela e o mar...


Domingo, 03 de outubro, ela encontra o mar. Observa-o a distância, seu movimento, suas idas e vindas, porém não se envolve. Caminha em direção a ele, põe os pés, toca com as mãos, mas não sai da beira. É convencida a ir mais adiante, seus pés meio que travam, já conhecia o que havia lá, já havia experimentado.
Então vai.
Perdendo aos poucos o receio de estar errada,
Há quanto tempo não ia lá...
Então volta.
Estou de roupa! Exclamou e novamente sentou na arreia hipnotizada pelo balanço das ondas e por toda aquela imensidão perdida na madrugada.
E mais uma vez os dois sentam ao lado dela e tentam convencê-la “Só um mergulho, vai ser bom” dizia o casal. E ela depois de muita insistência é tomada por um súbito ato de coragem, resolve ir. Tira a roupa que a cobria e vai apenas de peças íntimas em direção ao mar.
Então, você pensa que ela correu e mergulhou? Não. Ela mais uma vez hesitou. Correu ao mar, mas ao entrar foi caminhando cautelosamente, entrou, mas não mergulhou. O que há? Não sabia...estar ali já não era o suficiente? Olhava o céu estrelado...
Lady!
Lady!
Você precisa mergulhar! Submergir para renascer, para purificar...
As vozes em duo.
E ela foi, gostou e perdeu o medo, esqueceu do mundo e dos que estavam com ela. Naquele momento era só ela e o mar. Seus cabelos molhados...fechava os olhos e sentia as ondas acariciarem seu corpo, tudo agora fazia sentido.
A madrugada avançava e tiveram que sair. Passou-se o dia, e a noite veio a cair novamente. É chegada a hora de partir, se despedir do mar. Olhava pra ele, olhava lá adiante o horizonte, as luzes da cidade Salvador...
Ela então começou a chorar. Lágrima por lágrima iam molhando sua face, desciam salgadas como o próprio mar, incessantes como as ondas. Assim, sem conseguir contê-las, foi percebida e questionada.
Porque choras?
E as lágrimas silenciosas foram ganhando espaço maior em sua face...
Porque choras assim?
Repedidas vezes foi perguntado, mas ela não sabia como responder. Não podia. As lágrimas eram dela, vinham de dentro dela, como poderia dizer? Pressionada foi a esclarecer o motivo daquela invasão sorrateira de tão salobro líquido que derramava dos seus olhos. Sua garganta não aguentou mais segurar e gritou. Seu choro era tão intenso, tão profundo e dolorido, lhe doía tudo por dentro. De onde vinha aquela dor? Queriam saber, mas só ela conhecia , era dela e de mais ninguém. E se perguntava “Lágrimas reticentes, porque retornas?”
A verdade é que elas nunca haviam sumido por completo, sempre estiveram presentes dentro dela e naquele momento extravasou por estarem contidas já há algum tempo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A espera


Das coisas que sinto, inexisto no paralelismo do ser.

A fatal tomada de decisão,

A espera...

O momento virá mesmo ou é apenas um conto de fadas perdido na história?

Minha dívida parcelei...

A venda nos meus olhos me consola mas não tira de mim a sensibilidade do que é maior, daquilo que parte sou.

Quero ser apenas uma, quero estar inteira nos pedaços que deixei por aí...

Apenas o todo me completa.

Mais um ciclo se fechou.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Felicidade é só questão de ser.

So sweet song...



Felicidade
Marcelo Jeneci
Composição: Marcelo Jeneci/ Chico César

Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz.
Sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.
Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz.
Se chorar, chorar é vão porque os dias hão pra nunca mais.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
Dançar na chuva quando a chuva vem.

Tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar.
Nessa hora fique firme, pois tudo isso logo vai passar.
Você vai rir, sem perceber, felicidade é só questão de ser.
Quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar.

Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e depois dançar, na chuva quando a chuva vem.
Melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você.
Chorar, sorrir também e dançar.
/Dançar na chuva quando a chuva vem./ (4X)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lágrimas de um olho só





Da necessidade de renovar eis que surgem as lágrimas. Elas vem, sorrateiramente, invadindo mais uma vez a face daquela que pensava não mais necessitar banhar-se em tão salobro líquido. Uma sensação de explosão contida, muitas que posso ser, nenhuma que sou. Como posso viver o hoje sem definir-me hoje? Amanhã sou várias coisas, ontem não sou nada, hoje o que sou? Mais uma vez estou aqui exatamente entre ontem e amanhã...que posso fazer então para aproveitar o hoje? Eu sei. Sei tanto que às vezes me recuso a acreditar por parecer tão absurdo.
Sabe aquela imagem da jovem no balanço? Pois, ela está lá, no hoje. Nessa pausa do hoje que ela precisa dar o impulso, pôr os pés no chão, sentir a terra, para que o balanço possa movimentar-se. E quando ele vai pra frente, tira-se os pés do chão, é o amanhã, a brisa vem. Para trás ele é ontem, cabelo no rosto, sensação de distância...
Sinto falta de algo, de um brilho, do contato com aquilo que transcende o habitual de uma vazia rotina cotidiana.
O que será que a borboleta veio me dizer? Sem demora ela responde:
“Tudo que você precisa é de você mesma”.


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Carta a um des-Conhecido


Pensamentos em ti, aqui estou, só... O que me restou foi ficar a deriva na Net. Já li, já bordei, assisti filme, durmi e acordei, mas o dia não passa. Hoje que fiquei em casa, tento pôr meus pensamentos em ordem, quem sabe se você poderia ajudar ou confundi-los ainda mais? A essa pergunta ainda não tenho o dom de responder.

O que sei é que ontem senti como se um fio me conectasse a você, como se eu pudesse sentir o que você estava sentindo. Um impulso forte me tirou da cama e me fez escrever pra ti, ao abrir o e-mail lá estava uma mensagem sua escrita há poucos minutos... Mas isso não é nada, apenas uma confusão de pensamentos alucinados... Mente de artista que pensa que sente o mundo de maneira diferente... Equivocadas mentes, translúcidas talvez. Assim sigo aqui, esperando pelo fim para enfim um recomeço.

Como estão sendo os seus dias?

Bjos,

Leidi

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pensamento ligeiro


Como uma gota d’água sendo absorvida pela secura e rigidez em um banco de cimento esquecido numa praça qualquer onde flores se recolhem ao entardecer de um dia luminoso de ventos gélidos e tristes ao som de uma cigarra solitária.


Por Leidi Kitai

sábado, 1 de janeiro de 2011

Enquanto elas dormem...


Escrevi este singelo texto no primeiro dia do ano de 2009, éramos nove mulheres comemorando a passagem do ano. Um dia normal, uma energia singular...


Por Leidi kitai

Sinto a energia e toda singularidade que só o nascer do dia pode proporcionar. O que contam como primeiro dia do ano, como se fizesse alguma diferença mudar de ano visto que os “rituais sociais” se repetem incansavelmente e assim será por um longo período de tempo. Sim, talvez faça diferença ser este o primeiro dia: o silêncio é incrível! Até os cães e os pássaros parecem compartilhar desse momento, expandindo sorrateiramente o som que antes bradava-os sem hesitar.
Sinto sede. Como se toda a sede que sentisse antes não tivesse sido saciada. Agora talvez seja o momento de se programar e perfurar os poços novamente. Eles estão lá, basta que se cave mais um pouquinho que a água brotará...parece até que por algum momento vai fazer diferença estar iniciando mais uma contagem de ano e planejar a vida, como se fosse seguir esse roteiro. Talvez por isso não pensei nesse ano e sobre o que pretendo fazer. Normalmente as ponho no papel, e, normalmente são coisas que estão distantes de acontecer, coisas que nem são prioridade. Mas o que é prioridade para mais uma seleta de dias meticulosamente calculados? Como pode-se saber de prioridades? Sendo assim, desta vez apenas espero que elas venham. Sim, as prioridades devem vir até mim.
Respiro, levanto o olhar lentamente como se pudesse tocar o azul que lá adiante salta entre as casas...esqueço quem sou por alguns minutos, perdida no sublime limiar entre o consciente e o inconsciente de quem pouco dormiu e que aos poucos vai pisando os pés no chão. Quase tudo volta ao normal, o barulho, a rua, o sol...mas elas, elas continuam dormindo...

As flores desabrocham para...