quarta-feira, 5 de novembro de 2014

PAUSA //


Como um céu nebuloso
Suas nuvens cinzas
Um abafador de tempo,
que não aluvia. 
Gotas tentam ceder, estremecem, o céu grita, nem uma gota chega ao solo, 
a superfície da face, 
seca.

Aridez em terras que ninguém pisa, nem passado, nem presente, nem futuro do pretérito.

Desejo de me espaçar, ganhar o mundo, expandir, nuvens dispersas mostram o céu azul. 
Para onde vão? Apenas dispersam, seguem, somem, não deixam rastros, 
sinal.

Já não vejo figuras, apenas nuvens comuns, sonhar já não é permitido, é tolhido, ceifado. 
O tempo abafado corre, me deixa pra trás mais uma vez, 
fico. 

Desejo me desmontar, dispersar, expandir, espaçar. [Refrão de minh'alma]

Eu que nunca coube em mim, espero precipitar, marcar o solo, correr sem pressa, me encher de terra, fortalecer, voltar a essência, ao natural me reempossar.  

Mas por enquanto o céu a conta gotas, me reflito, internalizo o tempo, a ânsia continua, 
vou vomitar o mundo e limpar minha alma.  




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