Hoje tem prosa, um manifesto ao amor próprio, por favor cultive a empatia. ❤
Uma
das coisas que me deixam mais tristes em matéria de trabalho é a não
valorização do mesmo. E esse tipo de aborrecimento tem sido constante,
infelizmente ainda há muitas pessoas que são incapazes de compreender o
trabalho artesanal (por vezes, são artistas também e que tem seu trabalho
constantemente sendo posto à prova). O que é feito a mão leva tempo, dedicação,
amor, gera-se uma energia em prol daquilo que se tem para concluir. Além disso,
há os custos com a matéria prima, mas não há nada mais ignorado por aquele ser
leigo do que o valor da mão de obra. É como se houvesse um súbito vácuo em suas
mentes, e assim acham que, como num passe de mágica, o produto ou serviço surgem
do nada. Tharam!
Ainda
que eu não passe muito tempo fazendo o produto em si, há uma matéria prima
essencial neste trabalho: Pensar. Sim, caros leigos, antes que nós
artesãs/artistas/costureiras coloquemos a “mão na massa” é preciso todo um
processo de resolução do objeto, isso vem de estudos, experiências, e de um
processo intuitivo popularmente chamado de “Dom”. Então, quando chegamos ao
resultado por você esperado, já foi utilizada uma matéria prima de valor
inestimável: a criatividade.
Eu
simplesmente amo o que faço, tenho orgulho de ser artista, artesã e costureira.
Sou um ser pensante e criativo. Desaprovo veementemente esse tipo de atitude
depreciativa em relação a qualquer trabalho dito “mais simples”. Acredito que
todos nós somos capazes de sermos criativos em nossas profissões qualquer que
seja ela, porém há sempre aqueles que preferem seguir com seus antolhos, sabe
aquele tapa olho de cavalo que o força a olhar pra uma única direção? Então...
E
venho sim, por meio desta carta aberta e de coração, avisar que estarei
recusando pedido os quais entre em desacordo com minhas convicções pessoais,
pois meu trabalho não é distante de quem sou, e tendo em conta que já passei
demasiado tempo aceitando me desvalorizar como profissional a fim de agradar,
de ser uma boa pessoa, de atender bem o cliente. Continuarei sendo tudo isso, é
da minha essência ser do bem e da paz, no entanto de agora em diante manterei
minha cabeça erguida, uma vez que, mais do que ninguém, sei o valor do meu
trabalho. E o mais importante, se o respeito não for recíproco não vale a pena,
não tem dinheiro no mundo que pague paz de espírito, e eu, minhas amigas e
amigos, não sou OBRIGADA, de nada!
Leidi Kitai